
Apesar da forte pressão protagonizada
pelos senadores de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL) manteve a decisão de conceder 48 horas, a partir desta
quarta-feira (20), para a indicação dos integrantes da comissão especial
do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Assim, o colegiado só
deverá iniciar seus trabalhos a partir da próxima terça (26).
Os parlamentares a favor do afastamento da petista querem acelerar o processo e exigem que Renan monte a comissão ainda nesta terça (19), logo após a leitura, em plenário, do processo aprovado na Câmara no último domingo (17).
Aliado do governo, no entanto, o
peemedebista prometeu manter o prazo de 48 horas, como desejam os
senadores contrários ao impeachment. A estratégia do PT é indicar seus
nomes apenas às 18h de sexta-feira (22) para que a comissão seja
instalada apenas na semana que vem.
Dessa forma, os nomes indicados serão
oficializados no plenário da Casa na terça e a comissão poderá ser
formalmente instalada na mesma data, iniciando o prazo de dez dias úteis
para analisar a decisão da Câmara, que autorizou o Senado a abrir o
processo de impeachment.
A oposição, no entanto, vai nomear seus
membros no colegiado ainda nesta terça para tentar forçar o Senado a
instalar a comissão na sexta. De acordo com as regras, após a indicação
dos nomes, a comissão tem até 48h para iniciar seus trabalhos.
Em uma reunião ampliada na presidência do
Senado, os parlamentares decidiram por 41 votos favoráveis a 40
contrários que a comissão será formada de acordo com a proporcionalidade
dos blocos partidários. Atualmente, a Casa tem seis blocos que
congregam todos os partidos representados. A decisão foi tomada para
contemplar a indicação dos nomes de seis partidos que possuem apenas um
senador.
EDUARDO CUNHA
O processo de impeachment da presidente
Dilma foi entregue ao Senado nesta segunda (18). O documento tem 36
volumes e 12.044 páginas.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que presidiu a sessão de domingo, foi pessoalmente ao
gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para
formalizar a entrega.
Avalizado o andamento do impeachment pela
Câmara, caberá agora ao Senado decidir pela abertura do processo e
posterior julgamento da presidente. Segundo Renan, o processo será lido
nesta terça na sessão deliberativa do plenário.
“É papel do Senado instaurar o processo,
julgar e pretendemos fazer isso com absoluta isenção e neutralidade”,
afirmou o presidente da Casa.
0 comentários:
Postar um comentário